Amazônia
O Bioma Amazônico abrange mais de 40% do território
nacional e é constituído majoritariamente por uma floresta tropical,
considerada o maior abrigo da biodiversidade do mundo. A Amazônia integra
territórios de ouros países e também de vários estados brasileiros: o próprio Amazonas,
Acre, Amapá, Pará, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. De
clima equatorial úmido, é uma região bem chuvosa e de temperatura elevada, (22ºC
a 28ºC). Seu relevo pode ser de três tipos: de terra firme (regiões mais
altas e que não são inundadas pelos rios), de várzea (sofrem com inundações em alguns
períodos do ano) e de igapó (terrenos baixos e quase sempre inundados).
1. Bothrops atrox
jararaca-da-Amazônia
jararaca-do-norte
Integrantes da família de cobras peçonhentas chamada Viperidae, essa
é uma das espécies mais abundantes no bioma
amazônico e responsável pela maioria
dos acidentes ofídicos da região.
Podem ser encontradas tanto no solo como
nas árvores ou arbustos. Os adultos são frequentemente encontrados no chão
enquanto perto de corpos d'água, como igarapés. As
mais jovens costumam ser encontradas em cima da vegetação pois podem ser
predadas por artrópodes terrestres, como as aranhas caranguejeiras.
Sua atividade é noturna e suas fossetas loreais,
entre as narinas e os olhos, uma de cada lado, a auxiliam na predação ao captar
o calor de suas presas endotérmicas.
Fosseta loreal entre os olho e a narina da
jararaca-da-Amazônia. Foto de Maria
Ogrzewalska / Portal
Amazônia
Foto de Dante Fenolio / Science Source
Sua alimentação é bem vasta: lacraias,
peixes, sapos, lagartos, pássaros, pequenos mamíferos e até mesmo outras
serpentes. Inclusive, por apresentar roedores como parte do cardápio, não
é incomum que as jararacas apareçam em ambientes urbanos, isso por que o lixo
chama a atenção dos ratos e o entulho as abriga.
Sua coloração é variável, pode
ser marrom escuro, amarelado, acinzentado ou esverdeado. Apresenta desenhos
escuros em suas laterais semelhantes a um "v" invertido ou em forma
de gancho de telefone. Seu comprimento varia cerca de 1 a 2 metros. Sua cauda
lisa de final estreito.
Filhote da
serpente Bothrops atrox capturada pelo Corpo de Bombeiros, em Xanxerê
Veneno
As jararacas
são cobras peçonhentas de dentição solenóglifa. Esta causa o acidente botrópico,
nomeado assim pois todas as espécies do gênero Bothrops os fazem. A composição
do veneno varia com a idade, distribuição e caráter individual da jararaca. Contudo, sua peçonha causa intensas reações locais, não coagulabilidade
sanguínea e rompimento diversos vasos sanguíneos.
O veneno, no homem, em até seis horas causa muita dor, inchaço, calor e rubor no local da picada. Sangramentos no local da picada ou distante dela podem acontecer, como nas gengivas ou no nariz. De seis a doze horas após a picada, bolhas e manchas escuras podem surgir e insuficiência renal.
Ao ser picada, a vítima deve ser socorrida o mais rápido possível por um serviço de saúde que possua soro antibrotrópico para receber medidas de suporte: analgésicos, drenagem postural e hidratação, profilaxia do tétano e soroterapia.
2. Boa constrictor
Jiboia
Fazem parte da família
Boidae, onde se encontram as maiores serpentes do planeta. O termo constrictor está
relacionado com uma capacidade dessa serpente: a de matar a presa pela constrição de
seu corpo. Ela é considerada a segunda
maior espécie do território nacional, ficando atrás apenas da
sucuri.
Em geral, as jiboias são de hábito noturno, mas podem ser
observadas durante o dia a procura de abrigo. Elas estão presentes tanto no
solo quanto sobre as árvores.
Jiboia entrelaçada em um tronco
de árvore. Fotógrafo desconhecido/Pinterest
Elas não são peçonhentas, apresentam dentição áglifa, ou
seja, não especializada
para a inoculação de peçonha. Desse modo, podemos dizer que a
jiboia é, relativamente, inofensiva aos seres humanos. A jiboia mata suas
presas constringindo-as com sua forte musculatura. Seus sentidos desenvolvidos
as auxiliam a capturar suas presas, elas captam estímulos térmicos, químicos e visuais.
Sua alimentação também é muito variada: mamíferos, aves, anfíbios, répteis e ovos de outros
animais estão no cardápio. Seu método de captura é
conhecido como “senta-espera”,
elas permanecem em locais, escondidas, a espera do momento que
seu alimento chegue até elas. Após a captura, a jiboia enrola seu corpo no
animal, apertando-o até
que os movimentos respiratórios cessem e a presa morra por asfixia, ao contrário do
que alguns pensam sobre a morte causada pela quebra dos ossos.
Quando se sentem ameaçadas,
as jiboias apresentam um comportamento característico. Elas contraem sua cabeça e pescoço e emitem
um som agudo.
A jiboia comprimindo o corpo de sua presa. Fotógrafo desconhecido/Pinterest
Repare no formato do corpo da Boa constrictor. Foto
de Douglas Fernando.
São
serpentes de porte médio que podem
chegar até 4 metros de comprimento. Elas apresentam cores que variam de creme a
marrom ou cinza, com manchas geométricas escuras. Esses padrões agem como uma
camuflagem bem eficaz, tornando-as difíceis de se ver em ambiente natural. Os
animais mais jovens tendem a ter cores mais brilhantes. Seus olhos contém uma
pupila vertical e sua cabeça é triangular.
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